07/10/2024
Notícias

SOCESP promove campanha para principais fatores de risco do coração depois que pesquisa constatou desconhecimento da população

Em setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração, e em Araras, em 28/09, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) promove no período da manhã uma campanha de orientação sobre os riscos da hipertensão arterial na Praça Barão de Araras no Centro

Cerca de 30% das mortes no País são causadas por doenças cardiovasculares (DCVs). Boa parte dessas patologias, uma vez instaladas, não têm chance de cura, apenas é possível mantê-las sob controle com tratamentos, que incluem medicamentos e mudança no estilo de vida. Por isso, especialistas focam no estágio anterior: fatores de risco que desencadeiam as DCVs. Os principais são: estresse excessivo, sedentarismo, tabagismo, obesidade, colesterol elevado, diabetes, hipertensão e sono. Ao contrário das doenças cardíacas, algumas destas condições são reversíveis para a maioria das pessoas.

“É tendência a medicina investir em prevenção e com a cardiologia não é diferente”, diz Maria Cristina Izar, presidente da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. “O caminho para reverter fatalidades de origem cardiovascular é justamente eliminando ou controlando os fatores de risco, que, por si só, já comprometem a qualidade de vida.”

O grande desafio, porém, é a conscientização. Pesquisa da SOCESP com 2.764 entrevistados na capital paulista e em cidades do interior de São Paulo revelou o desconhecimento a respeito dos antecedentes que levam a problemas do coração. Somente 8% mencionaram diabetes; 11% o colesterol elevado; 11% a obesidade; 11% a hipertensão; 12% apontaram a falta de atividade física e 13% a alimentação não saudável. “É o retrato da desinformação e a prova de que este deve ser o primeiro passo: esclarecer o público sobre essas condições que são um atalho para as DCVs se instalarem”, diz o diretor científico da SOCESP, Miguel Antonio Moretti. “Porque a prevenção está ao alcance de todos.”

Hipertensão, tabagismo e sono: perigo real  

Como visto, 89% dos consultados na pesquisa SOCESP não cogitaram a hipertensão como fator de risco cardiovascular. Porém, 45% das mortes cardíacas e 51% dos óbitos por outras causas, como o acidente vascular cerebral (AVC), têm por algoz a hipertensão. Estudos publicados nas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão apontam que 32,3% dos brasileiros convivem com pressão arterial alta em todas as faixas etárias e, após os 60 anos, esse percentual sobe para 65%.

Sobre tabagismo, apesar de 90% dos entrevistados não fazerem essa relação, fatalidades por razões cardiovasculares derivadas do tabaco respondem por 33 mil óbitos por ano no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Quem fuma tem probabilidade de morte súbita até quatro vezes maior do que não fumantes.

Já o sono foi lembrado por apenas 0,6% dos participantes quando, na verdade, o dormir bem está intimamente ligado à saúde do coração. De acordo com especialistas, uma noite bem dormida promove um sono que cumpre diversas funções, como limpeza das toxinas do cérebro formadas durante o dia, consolidação da memória e redução da pressão arterial e da frequência cardíaca. Ao passo que dormir mal libera mais adrenalina, aumenta a pressão arterial e inflama os vasos sanguíneos, entre outros eventos que desencadeiam DCVs, como infarto e AVC, além de alteração nos níveis de açúcar e colesterol, corpo mais propenso a infecções e obesidade e declínio cognitivo e demência (incluindo Alzheimer e depressão).

Em 29 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração, e ao longo de todo o mês, a Sociedade está programando postagens em suas mídias sociais com informações e orientações, exibição de entrevistas em formatos de podcasts e vídeos, além de ações presenciais em cidades do Estado.

X