O café acumula uma inflação de 80,2% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta registrada para o produto desde a criação do Plano Real, em julho de 1994.
Só no mês de abril, o preço do café aumentou 4,48%. Apesar da leve desaceleração em relação a março (quando subiu 8,14%), o item lidera a lista dos 377 produtos que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A principal causa do aumento é a quebra de safras provocada por fenômenos climáticos, como secas e geadas, que afetaram a produção global e reduziram a oferta do grão. Essa escassez tem pressionado os preços tanto no mercado interno quanto nas exportações.
O grupo “Alimentação e Bebidas” também pesou no bolso dos brasileiros e subiu 0,82% em abril, contribuindo com 0,18 ponto percentual para o IPCA geral do mês, que fechou em 0,43%. No acumulado de 12 meses, a inflação oficial do país chegou a 5,53%, superando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%.
Analistas alertam que, mesmo com alguma desaceleração nos próximos meses, os preços do café devem seguir elevados ao longo de 2025, mantendo pressão sobre o custo de vida das famílias brasileiras.