A Polícia Civil encontrou, na quinta-feira (27), o corpo de um homem enterrado em uma praça na Rua Buarque de Macedo, no bairro Vila Nova, em Campinas (SP). O dono de um estabelecimento que fica em frente ao local confessou o crime. A corporação abriu inquérito para investigar o caso e acredita que a vítima é um motorista de transporte por aplicativo de 26 anos que estava desaparecido há dez dias.
De acordo com a Delegacia de Homicídios, responsável pela investigação, apesar do corpo já estar em estado de decomposição, ele é compatível com o do motorista. A polícia agora aguarda o laudo da perícia e o reconhecimento da família para confirmar a identificação. Jean Carlos Santos Novais estava desaparecido desde o dia 18 de abril e a família espalhou avisos em redes sociais.
O comerciante de 54 anos confessou ter matado o homem na manhã do dia 18. Primeiro, o corpo ficou escondido dentro do apartamento que fica na parte de cima do estabelecimento Rei do Queijo, um empório de venda de queijos e embutidos. Durante a noite, o suspeito enterrou a vítima na praça, após cavar uma cova com a ajuda de um funcionário, que pensou estar abrindo uma vala para um cachorro.
A polícia chegou até o comerciante através do rastreador do celular do homem assassinado e o corpo foi encontrado na quinta-feira após buscas dos agentes de segurança . De acordo com o suspeito, ele estava sendo extorquido pela vítima. Os dois já haviam trabalhado juntos.
“A investigação vai apurar no âmbito do inquérito se de fato haviam essas ameaças e extorsões da vítima para o autor”, afirmou o delegado titular da Delegacia de Homicídios de Campinas, Rui Pegolo.
O autor do crime usou produtos químicos na hora de enterrar o corpo para disfarçar o cheiro forte. Imagens de circuito de segurança de imóveis no bairro mostram o carro da vítima sendo abandonado. O comerciante já havia sido ouvido em duas oportunidade, mas ele negou a participação no crime e só confessou na terceira vez, depois de ter as justificativas confrontadas.
O homem não ficou preso, mas foi indiciado por homicídio qualificado e omissão de cadáver. A polícia vai apurar ainda as circunstâncias do assassinato e aguardar todos os laudos periciais para definir, ao final das investigações, se vai pedir a prisão temporária do comerciante.