A Polícia Civil apresentou nesta quarta-feira (6) a conclusão do inquérito que investigava as circunstâncias da morte de Jéssica Canedo, estudante de 22 anos de Araguari, no Triângulo Mineiro, no dia 22 de dezembro do ano passado.
As investigações apontaram que a própria Jéssica criou e divulgou conteúdos do suposto relacionamento com o humorista Whindersson Nunes. Antes de tirar a vida, Jéssica publicou uma mensagem em sua conta no Instagram revelando que estava sofrendo ataques na internet.
“Durante as investigações foi apurado e concluído que todas as fofocas veiculadas pelas páginas foram criadas e divulgadas pela própria jovem. Ela fez toda a montagem e divulgou para as páginas de notícias sobre o seu relacionamento com o humorista”, disse o delegado Felipe Oliveira Monteiro.
O delegado informou que Jéssica tinha depressão e estava em tratamento, como a família já havia afirmado.
Ao todo, Jéssica criou três perfis falsos. Nas conversas com as páginas, a jovem se passava por outras pessoas e dizia ter um “furo”. Em seguida, ela enviava prints de uma suposta conversa entre ela e Whindersson.
Durante as investigações, as páginas de fofoca apresentaram conversas que tiveram com a própria Jéssica. Em uma delas, a jovem confirmou o envolvimento com o humorista, dizendo que realmente havia conversado com ele, contudo, o conteúdo divulgado estava sendo distorcido.
Já em outra troca de mensagem com uma das páginas, Jéssica nega o envolvimento com Whindersson Nunes.
Dias antes de morrer, Jéssica publicou uma mensagem em sua conta no Instagram revelando que estava sofrendo ataques na internet. Ela pediu a exclusão dos posts contendo os prints falsos que estariam indicando um relacionamento entre a mineira e o humorista.
Na época, ambos negaram a autenticidade das mensagens, alegando serem fake news, e afirmaram que não se conheciam.
Indiciamento de jovem
Segundo a polícia, uma jovem de 18 anos, que vive na cidade do Rio das Ostras (RJ), está sendo indiciada por incentivar o suicídio de Jéssica.
A responsável pelo comentário responderá em liberdade pelo crime de incentivo ao suicídio e, se condenada, pode ter de 2 a 6 anos de reclusão. O nome da jovem não foi divulgado pela Polícia Civil.
Página de fofocas
As páginas de fofoca que divulgaram a suposta relação da menina com Whindersson Nunes, como a Choquei, não serão indiciadas. Segundo o delegado, disseminar fake news ainda não é um crime no Brasil.
Elas só serão investigadas por atentarem contra a honra, caso a família de Jéssica demonstre interesse, o que não aconteceu até o momento.
Fonte: G1