Várias espécies de peixe foram encontradas mortas às margens do rio Mogi Guaçu na cidade de Leme. A Polícia Ambiental recebeu diversas denúncias, fez uma vistoria e constatou a morte de diversas espécies nativas da bacia do rio Paraná. Os peixes foram encontrados num trecho de, aproximadamente, 13 quilômetros de rio entre os bairros Taquari Ponte e Ibicatu.
De acordo com a Polícia Ambiental há indícios que a mortandade tenha sido provocada pela emissão de esgoto sem tratamento no rio, tendo como principal ponto de emissão o afluente rio Arari, localizado no município de Araras, aliado ao baixo volume de água provocado pela falta de chuvas, o que pode ter reduzido o oxigênio na água.
A Polícia Ambiental repassou o caso para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que já teria coletado material para análise.A Polícia Judiciária de Araras também será comunicada para a apuração da responsabilidade penal.
O que dizem a Cetesb e os municípios:
A Cetesb informou que os municípios que ficam às margens do rio Mogi Guaçu são atendidos três agências ambientais diferentes. A agência ambiental de Ribeirão Preto informou que Porto Ferreira possui estação de tratamento de esgoto operando dentro dos padrões legais previstos.
A agência ambiental de Mogi Guaçu, que atende as cidades de Leme e Araras, mobilizou técnicos para checar a ocorrência na sexta-feira (9), que fizeram vistorias e coletas na região. As amostras foram encaminhadas para análise nos laboratórios da Cetesb.
De acordo com a agência, o município de Leme possui uma ETE dentro dos padrões legais previstos e o município de Araras possui uma ETE operando sem as devidas licenças ambientais da Cetesb.
A agência ambiental de São Carlos, que atende a cidade de Pirassununga, avalia a ocorrência.
Em nota, a Prefeitura de Araras informou que a cidade é a única das margens do rio Mogi Guçu que trata 100% o esgoto, com uma efetividade de 89%, aferida pela Cetesb.
A Superintendência de Água e Esgoto de Leme (Saecil) informou que 100% do esgoto urbano é coletado e tratado em sua estação de tratamento de esgoto, pelo sistema aeróbio e os índices de eficiência encontram-se dentro dos parâmetros exigidos pelos órgãos ambientais.
O órgão disse que tomou conhecimento na sexta-feira (9) sobre a mortandade de peixes, mas esse acidente ambiental havia ocorrido a mais de 20 quilômetros do local em que o Ribeirão do Meio deságua no rio Mogi Guaçu.
Informou ainda que, a partir da informação recebida da ONG SOS Moji Guaçu, foram coletadas amostras de água do rio nos bairros Ibicatu e Taquari Ponte e inicialmente foi constatado que os índices de oxigênio dissolvido, que é primordial para vida subaquática, se apresentavam dentro dos parâmetros mínimos. Os demais resultados ficarão prontos no decorrer da semana.
O Serviço de Água e Esgoto de Pirassununga (SAEP) informou que, no Rio Mogi Guaçu é destinado uma média de 28 mil litros por hora e o mesmo já tratado com a eficiência dentro das especificações permitida pela Cetesb e que esse volume é muito pequeno em relação à vazão do rio.