23/11/2024
Saúde

Outubro Rosa: câncer de mama também pode atingir pets; saiba como identificar

O Outubro Rosa é uma campanha de conscientização anual que tem como objetivo chamar a atenção da população para os cuidados necessários na identificação e tratamento de câncer de mama. A doença, contudo, não é exclusividade da espécie humana e acomete animais como cães e gatos.

Assim, o Outubro Rosa Pet é uma ação que procura esclarecer à população a importância do acompanhamento de animais de estimação, principalmente as fêmeas, para o diagnóstico precoce no desenvolvimento da neoplasia mamária.

Câncer de mama em pets?
O câncer é um tipo de doença que pode surgir por múltiplas causas, mas se caracteriza como um crescimento desordenado de células no organismo. No caso da neoplasia mamária, ela acontece nas mamas e geralmente nas abdominais, que ficam próximas das coxas traseiras.

Segundo o professor Francis Flosi, a incidência da doença em fêmeas caninas é muito alta, e ressalta que 60% dos diagnósticos são malignos, mas a identificação precoce ajuda a evitar complicações. “A gente vem pedindo para os tutores dentro das nossas clínicas para fazer o exame nas mamas das cadelas ou das gatas, mas não é todo tutor que abraça isso, que acompanha a vida do animal, às vezes ele mal leva ao médico veterinário e às vezes nem leva”, adverte Francis Flosi.

Fatores agravantes
Flosi esclarece que ainda é preciso mais pesquisa para identificar as causas da doença, mas há indícios de que os hormônios envolvidos no ciclo reprodutivo podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama.

Assim, embora a idade do animal possa influenciar, a neoplasia mamária pode aparecer a partir dos dois anos de idade, quando inicia a idade de reprodução, necessitando do tutor um acompanhamento mais atento a animais que tenham gravidez psicológica, pois além do aumento da carga de hormônios, o leite produzido e não utilizado pode empedrar. “O que a gente faz é orientar os tutores que não querem reproduzir as suas fêmeas, caninas ou felinas, que façam a castração. Ela não traz problema nenhum para o animal e já colabora 100% para evitar um câncer de mama”, recomenda o médico-veterinário.

A obesidade também é um fator importante no aparecimento das neoplasias mamárias, o que se caracteriza como um problema mais endócrino, do que oncológico.

Como identificar
Quando se fala de câncer, o diagnóstico precoce é fundamental para que a doença seja tratada com maior eficiência. Por isso, o tutor do animal precisa ficar atento para alguns sinais mais comuns:

Presença de caroços nas mamas, as cadelas possuem cinco pares e as gatas têm quatro;
Inchaço ou dilatação nas mamas;
Dor ou incômodo frequente;
Presença de secreções nas mamas com odor desagradável.
No entanto, alguns casos a doença não apresenta sinais claros, por isso é necessário fazer exames clínicos específicos:

Diagnóstico clínico, com palpação para identificar alguma modificação por meio do toque;
Diagnóstico laboratorial, que analisa o plasma e o sangue;
Diagnóstico por imagem, que é o ultrassom.

“É muito importante o diagnóstico precoce para definir, qual vai ser o tratamento, talvez só uma quimioterapia, uma radioterapia ou então a ablação total das mamas, que é a cirurgia, uma histerectomia que afeta todas as mamas”, fala.

Possíveis tratamentos
Uma vez diagnosticado, o tratamento pode variar dependendo da agressividade da doença e do quanto ela se espalhou pelo corpo.

Flosi conta que nos casos iniciais pode começar como a quimioterapia, que pode ser tópica, onde a aplicação ocorre diretamente sob a área afetada; oral ou injetável. “Mas se a coisa não tiver bem, aí é só a cirurgia mesmo, a mastectomia de todas as mamas, porque todas estão ligadas uma na outra, 10 no caso dos cães, e oito nas gatas”, finaliza.

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