20/09/2024
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O que se sabe sobre o assassinato de petista morto por apoiador de Bolsonaro

O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto com dois tiros de arma de fogo, neste sábado (9), em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O homem celebrava seu aniversário de 50 anos, cuja temática era o PT, quando o agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu a festa e abriu fogo. Guaranho foi baleado e encaminhado para o hospital.

A Polícia Civil investiga se o crime foi motivado por discordância política. A festa de Arruda tinha como temática o PT (Partido dos Trabalhadores) e o salão de festas da ARESF (Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu) estava enfeitado com balões vermelhos e imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O autor do crime gritou palavras de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Veja o que se sabe sobre o caso até o momento:

De acordo com pessoas que estavam na festa, Guaranho passou pelo evento pela primeira vez ao redor das 23h, de carro junto de uma mulher e um bebê. Sem descer do veículo, ele sacou a arma e ameaçou os presentes, enquanto gritava palavras de apoio a Bolsonaro. A mulher pedia para ele parar e ir embora. Conforme revelaram imagens de uma câmera de segurança, começou uma discussão entre o agente penitenciário e o aniversariante, antes de ir embora. Ele chegou a prometer que voltaria e “mataria todos vocês, seus desgraçados”.

Nesse momento, segundo testemunhas, Arruda buscou a própria arma. “O Marcelo falou assim: ‘se esse maluco volta, eu vou pegar minha arma'”, disse uma pessoa que estava presente. Guaranho retornou sozinho à festa aproximadamente 15 minutos depois e, ainda dentro do carro, abriu fogo contra os presentes. A esposa de Arruda, que é policial civil, se identificou mostrando o distintivo. O aniversariante sacou a arma para que o invasor se retirasse. De acordo com o BO, Jorge ignorou os avisos e ainda abriu fogo, disparando vários tiros. Ao menos dois acertaram Arruda, que ainda conseguiu revidar e atirar três vezes contra o bolsonarista.

Estado de saúde

O aniversariante morreu no local. Já Guaranho recebeu atendimento médico e foi levado ao hospital em estado grave. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná chegou a dizer que ele havia morrido, mas voltou atrás.

Qual a motivação para o ataque?

Segundo Marcos Antonio Jahnke, secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, em entrevista à RPC, a Polícia Civil ainda investiga os motivos por trás do crime, mas adiantou que a investigação trabalha com a hipótese de intolerância política. De acordo com o boletim de ocorrência, registrado na 6.ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu, Guaranho gritou ao chegar ao local: “Aqui é Bolsonaro!”.

Quem é Jorge Guaranho?

O agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho se descreve em sua conta do Twitter como “policial penal federal, conservador e cristão”. Em suas postagens, ele deixa claro seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro e aliados. Em uma publicação, ele compartilhou uma foto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, e o agradece pelo “apoio”. A polícia informou que Guaranho é diretor da associação onde ocorreu o crime. A associação disse que ele era secretário do corpo diretor.

Repercussão

Diversos políticos e autoridades comentaram o caso. A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, lamentou a morte de Arruda. “Uma tragédia fruto da intolerância dessa turma”, disse a petista no Twitter. O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou, na noite deste domingo, a respeito do guarda municipal Marcelo Arruda, militante petista morto a tiros ao comemorar seu aniversário com uma festa de aniversário com o tema do PT, em Foz do Iguaçu. No Twitter, Bolsonaro pediu para que, “independente das apurações”, os seus eleitores que apoiarem “quem pratica violência contra opositores mude de lado e apoie a esquerda”.

 

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