A dura fala em que o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que é preciso defender a democracia em tempos de atentados, feita na noite desta quinta-feira (12), em Salvador, foi precedida por uma longa reflexão na noite anterior, em Brasília.
O blog apurou que num jantar na quarta-feira (11), na residência da senadora Katia Abreu (PP-TO), um grupo de senadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aproveitou o encontro para avaliar o aumento dos ataques e tentativas de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e o Judiciário.
Segundo relatos, durante o jantar, Pacheco deixou clara sua intenção de aumentar o tom de sua fala em defesa da democracia e do Judiciário e de se posicionar contra tentativas de utilizar politicamente as Forças Armadas para questionar as eleições.
“Não deixarei o Supremo isolado”, disse Pacheco na noite de quarta-feira.
Estavam presentes ao jantar oferecido por Katia Abreu os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Renan Calheiros (MDB-AL), Weverton Rocha (PDT-MA), Marcelo Castro (MDB-PI), além de Pacheco. Também participaram do jantar os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e o decano do STF, Gilmar Mendes.
Os ministros mais ouviram do que falaram. Porém, integrantes da Corte têm alertado nestes últimos dias que é hora de a política fazer a defesa institucional da democracia diante dos ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro ao próprio Judiciário.
Num determinado momento, um senador chegou a demonstrar preocupação com o fato de integrantes da cúpula do Ministério da Defesa terem questionado numa conversa as urnas eletrônicas.
Diante disso, os senadores presentes deixaram claro que essa trincheira deveria ser feita pelo Senado, como a última raia da defesa da democracia.