Uma mulher de 31 anos foi presa na tarde deste sábado (26), na Zona Sul de São Paulo, depois que o corpo da filha de 9 anos foi encontrado por vizinhos esquartejado dentro da geladeira de casa. A mãe confessou o crime, segundo a polícia.
O caso foi registrado no 47º Distrito Policial (DP), Capão Redondo, como homicídio qualificado contra menor de 14 anos e emboscada por motivo fútil e ocultação de cadáver. A investigação será feita pelo 100º DP, Jardim Herculano.
De acordo com o boletim de ocorrência, moradores do bairro Aracati, na Zona Sul, acionaram a polícia militar e contaram que ajudavam a mulher na mudança feita na última semana e suspeitaram do peso da geladeira. A sogra da mulher foi a nova casa neste fim de semana e ao abrir, encontrou o corpo da vítima.
A mãe, Ruth Floriano, tinha ido para outro bairro conversar com um ex-companheiro dela, mas foi encontrada pela polícia. O registro diz que, assim que os policiais chegaram ao local, ela negou o crime antes mesmo de ser questionada sobre a criança, mas depois confessou o assassinato.
O que a mãe disse à polícia
O registro diz que a suspeita alegou em primeiro momento que conheceu alguns homens por meio de aplicativos de relacionamentos e levou um deles para casa. Ela disse que nesse encontro, os dois usaram drogas e dormiram. Ainda na primeira versão, Ruth disse que acordou com a filha já morta e “não soube o que fazer”, quando decidiu colocar o corpo na geladeira. Isso teria ocorrido há aproximadamente um mês.
Ruth foi interrogada na delegacia pela Polícia Civil. Segundo o registro policial, a mãe contou que, entre os dias 8 e 9 de agosto teria usado drogas e “decidiu matar a filha por não aceitar a separação com o pai dela”. De acordo com o boletim de ocorrência, a criança havia feito aniversário no dia 6 de agosto. Nesta segunda versão, a mulher não citou a ajuda de outra pessoa para o crime.
Ela contou que , naquela madrugada, a criança estava no banheiro escovando os dentes quando foi atacada por ela com uma faca e não resistiu ao ferimento. O crime teria ocorrido ainda na Zona Leste, antes da mudança de casa em 15 de agosto, quando colocou os restos mortais da filha na geladeira.
Testemunhas contaram à polícia que ajudaram na mudança de endereço, mas que o eletrodoméstico estava pesado e embalado com lençol e fitas. Foi preciso ao menos quatro pessoas para o transporte. A situação chamou a atenção do atual namorado da mulher e da sogra dela.
Neste sábado, Ruth deixou a chave de casa com a família do namorado e foi até a Zona Leste para falar com o ex-marido. A sogra dela suspeitava de armas ou drogas escondidas na geladeira e decidiu abri-la, mas encontrou o corpo da menina. A Polícia Militar foi chamada. Ruth dizia que a criança atualmente estava com o pai.
O caso foi registrado pelo delegado Eder Vulczak como ocultação de cadáver e homicídio contra menor de 14 anos, sem possibilidade de defesa da vítima e motivo fútil. A investigação será feita pelo 47º Distrito Policial (DP), Capão Redondo. A mulher passará por audiência de custódia. A Justiça decidirá se ela deverá permanecer presa ou ser solta para responder aos crimes.
Ela tem outros dois filhos, que foram encontrados e entregues ao Conselho Tutelar.