A Justiça de São Carlos decidiu, nesta quarta-feira (12), que Nayn José Sales, motociclista acusado de atropelar a triatleta Luisa Baptista, será julgado por júri popular sob a acusação de tentativa de homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de matar. A defesa de Sales informou que pretende recorrer da decisão. Até o momento, não há data definida para o julgamento, e o acusado responde ao processo em liberdade.
O acidente ocorreu em 23 de dezembro de 2023, na Estrada Municipal Abel Terrugi (SCA-329), no distrito de Santa Eudóxia, em São Carlos. Luisa Baptista sofreu ferimentos graves, incluindo perfurações no pulmão e fraturas expostas na mão e na perna. Ela chegou a ficar em coma por dois meses e recebeu alta hospitalar em 1º de abril de 2024, após 100 dias de internação.
Inicialmente, o inquérito policial indiciou Sales por lesão corporal culposa, o que gerou indignação por parte da família da atleta. Posteriormente, o Ministério Público reclassificou o caso para tentativa de homicídio com dolo eventual, argumentando que o motociclista não possuía carteira de habilitação, havia participado de uma festa open bar na madrugada anterior ao acidente, trafegava em velocidade acima da permitida e na contramão de direção.
Durante a audiência de instrução realizada hoje, foram ouvidas 11 testemunhas — 8 de acusação e 3 de defesa. Nayn José Sales optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento. O promotor de Justiça, Daniel Henrique Silva Miranda, sustentou que o acusado assumiu o risco de causar a morte devido às circunstâncias mencionadas. A defesa, por sua vez, argumenta que não houve dolo eventual e que o ocorrido foi uma fatalidade, afirmando que Sales não estava em alta velocidade e não havia consumido bebida alcoólica.
Luisa Baptista, natural de Araras (SP), conseguiu se recuperar dos ferimentos e, em julho de 2024, participou dos Jogos Olímpicos de Paris como parte da delegação brasileira, em uma iniciativa de incentivo aos atletas.
O caso continua em andamento, aguardando a definição da data para o júri popular, enquanto a defesa prepara o recurso contra a decisão judicial.
Fonte: G1