Moradores da região estão pegando água de uma bica na Rodovia Wilson Finardi (SP-191), que liga Rio Claro a Araras. Em alguns horários, uma fila se forma no acostamento. O problema é que a água não é potável.
A concessionária Arteris, que administra o trecho, informou que as bicas no barranco são uma técnica de drenagem para evitar deslizamentos de terra e não é aconselhado o uso.
O uso do acostamento também gera risco de acidente, já que os motoristas só devem parar no local em casos de emergência.
O aposentado Osimar Claudinho pega a água para beber. “É limpinha, vem cristalina da serra. Não tem [perigo]”, disse.
“Para mim é boa, nunca fez mal pra nós. Não coloco [cloro]”, afirmou o pedreiro Cícero dos Santos.
O que diz o Daae
O Departamento de Água e Esgoto de Rio Claro (Daae) disse que não tem responsabilidade sobre essa água e a recomendação é não utilizar.
“O Daae é somente responsável pela outorga de captação de água superficial no Ribeirão Claro e no Rio Corumbataí e água subterrânea no distrito de Ferraz, garantindo qualidade no fornecimento de água tratada na área do município de Rio Claro e distritos de sua abrangência de atuação”, informou em nota.
Professor da USP dá orientações
O engenheiro químico da Esalq/USP Jair Sebastião da Silva Pinto afirma que o ideal é sempre tomar água potável, mas, na impossibilidade, ele recomenda:
Sempre filtrar a água para reter vermes que vão dar diarreia;
ferver a água;
Fazer uma desinfecção química com água sanitária, colocando duas gotinhas para cada litro. É necessário esperar 30 minutos para consumir.
Desinfecção solar, colocando a água numa garrafa pet e deixando ao sol das 7h às 16h.
“Isso tudo é adequado se não houver contaminação química. Se tiver metal pesado, pesticida e solventes, não adianta. Precisa saber a procedência dessa água”, ressaltou.