A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passou a integrar a lista de difusão vermelha da Interpol nesta quinta-feira (5), tornando-se oficialmente foragida da Justiça brasileira em nível internacional. A inclusão foi feita a pedido da Polícia Federal e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli foi condenada a 10 anos e 8 meses de prisão em regime inicial fechado por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ação executada em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. De acordo com o STF, a parlamentar utilizou o acesso ilícito para tentar desmoralizar as instituições democráticas.
A deputada deixou o Brasil mesmo após a ordem de prisão, o que motivou o pedido de inclusão na lista internacional. Em pronunciamentos nas redes sociais, ela afirmou estar nos Estados Unidos e mencionou a intenção de seguir para a Itália, onde possui cidadania.
Com a emissão da difusão vermelha, Zambelli passa a ser procurada em 196 países e poderá ser detida provisoriamente no exterior, enquanto o Brasil formaliza o pedido de extradição. A eventual entrega às autoridades brasileiras dependerá de acordos bilaterais e da legislação do país em que ela for localizada.
A defesa da deputada criticou a decisão, classificando-a como “ilegal, inconstitucional e autoritária”, argumentando que não haveria fundamento para a prisão e que o processo violaria garantias constitucionais.
Segundo levantamento da própria Interpol, há atualmente 71 brasileiros com alerta vermelho ativo, sendo seis mulheres — com Carla Zambelli agora integrando a lista. A maioria responde por crimes graves como tráfico internacional de drogas, homicídio e corrupção.
O STF e a Polícia Federal seguem com as diligências para localizar a parlamentar e garantir o cumprimento da sentença.