08/05/2025
Brasil Política

Fraude bilionária no INSS: investigação aponta irregularidades em empréstimos consignados que podem ultrapassar R$ 90 bilhões

Uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema de fraudes em empréstimos consignados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com valores que podem ultrapassar R$ 90 bilhões. O esquema envolvia a liberação de créditos sem a solicitação ou autorização de aposentados e pensionistas, resultando em descontos indevidos nos benefícios desses cidadãos.

As investigações identificaram que, em 2023, aproximadamente R$ 89,5 bilhões em empréstimos consignados foram liberados para beneficiários do INSS. Dentre esses, uma parcela significativa foi concedida de forma irregular, afetando principalmente idosos, analfabetos, pessoas com deficiência e moradores de áreas rurais — grupos considerados mais vulneráveis e com menor acesso a informações.

A auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou mais de 35 mil queixas formais apenas em 2023. A Polícia Federal iniciou investigações que envolvem 12 entidades suspeitas de atuar como intermediárias nos descontos indevidos.

A gravidade das denúncias levou à exoneração do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Para tentar conter a crise, o governo nomeou Gilberto Waller Júnior como novo presidente da autarquia e prometeu criar um canal de atendimento exclusivo para que os prejudicados possam reaver os valores.

Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), os pedidos de ressarcimento serão processados com agilidade e sem burocracia. O Dataprev também está envolvido na criação de um sistema específico para validar as solicitações.

As investigações continuam, e a expectativa é que novas informações sejam divulgadas nas próximas semanas, à medida que as autoridades aprofundam a apuração dos fatos e responsabilizam os envolvidos no esquema.

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