Mesmo com mais de 3.500 casos confirmados de dengue em Araras neste ano, a vacinação segue restrita a adolescentes de 10 a 14 anos. A reportagem do Portal RCA1 questionou a Secretaria Municipal de Saúde sobre os critérios adotados e por que a faixa etária mais afetada pela doença — dos 40 aos 49 anos — segue fora do plano de imunização, mesmo com doses disponíveis.
Cobertura vacinal abaixo do esperado
De acordo com os dados fornecidos ao Portal RCA1, a cobertura vacinal até o momento é considerada baixa:
- 1ª dose: 3.151 doses aplicadas (41,2%)
- 2ª dose: 1.492 doses aplicadas (19,5%)
A Secretaria atribui os índices à baixa adesão dos pais em levarem os filhos aos postos de vacinação, reforçando que a proteção só ocorre após a segunda dose.
Faixa mais afetada pela dengue segue sem acesso à vacina
A reportagem também teve acesso ao número de infectados por faixa etária em Araras. A maior incidência está entre pessoas de 40 a 49 anos, com 659 casos confirmados — grupo que não tem acesso à vacina oferecida atualmente:
- 40 a 49 anos: 659 casos
- 50 a 59 anos: 595 casos
- 30 a 39 anos: 505 casos
- 60 a 69 anos: 479 casos
Mesmo diante desses números, a Secretaria confirmou que não há previsão de ampliação da vacinação para outras faixas. A inclusão de novos públicos, segundo a pasta, depende de uma normativa do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE).
Vacinação segue limitada às salas da rede pública
Ao ser questionada sobre ações para ampliar o alcance da vacinação, como mutirões em escolas ou locais de grande circulação, a Secretaria foi categórica: a vacinação contra a dengue está ocorrendo exclusivamente nas salas de vacina, conforme orientação do Ministério da Saúde. Ou seja, nenhuma ação extra muro está sendo realizada.
A reportagem também apurou que o município não recebeu doses com validade próxima e, portanto, não há impedimento logístico que impeça o uso das vacinas em outras faixas etárias, caso houvesse autorização.
Outras ações de combate seguem em andamento
A coordenadora do setor de Controle de Endemias, Luciana Bianco, informou ao Portal RCA1 que a cidade realiza:
- Arrastões aos sábados, focados na eliminação de criadouros;
- Bloqueios e nebulizações nos locais com notificações recentes;
- Visitas a pontos estratégicos e imóveis especiais.
As nebulizações mais recentes ocorreram nos bairros Jardim Rosana, Jardim Cândida, São Pedro, Jardim Miriam, José Ometto, Bela Vista, Geni Mercatelli e Parque Santa Cândida.
Além disso, a Prefeitura afirma que tem investido em campanhas educativas com divulgação em rádios, outdoors, redes sociais, jornais, panfletos, faixas e adesivos. Houve também ações em escolas com palestras e apresentações teatrais, segundo a Secretaria.
A reportagem apurou ainda que a regularização da coleta de lixo e entulho — que vinha sendo alvo de críticas desde o ano passado — também foi apontada como medida de apoio no combate ao mosquito Aedes aegypti.