06/06/2025
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Dengue ultrapassa 3.500 casos em Araras e faixa com mais infectados segue fora da vacinação

Mesmo com mais de 3.500 casos confirmados de dengue em Araras neste ano, a vacinação segue restrita a adolescentes de 10 a 14 anos. A reportagem do Portal RCA1 questionou a Secretaria Municipal de Saúde sobre os critérios adotados e por que a faixa etária mais afetada pela doença — dos 40 aos 49 anos — segue fora do plano de imunização, mesmo com doses disponíveis.

 

Cobertura vacinal abaixo do esperado

De acordo com os dados fornecidos ao Portal RCA1, a cobertura vacinal até o momento é considerada baixa:

  • 1ª dose: 3.151 doses aplicadas (41,2%)
  • 2ª dose: 1.492 doses aplicadas (19,5%)

A Secretaria atribui os índices à baixa adesão dos pais em levarem os filhos aos postos de vacinação, reforçando que a proteção só ocorre após a segunda dose.

 

Faixa mais afetada pela dengue segue sem acesso à vacina

A reportagem também teve acesso ao número de infectados por faixa etária em Araras. A maior incidência está entre pessoas de 40 a 49 anos, com 659 casos confirmados — grupo que não tem acesso à vacina oferecida atualmente:

  • 40 a 49 anos: 659 casos
  • 50 a 59 anos: 595 casos
  • 30 a 39 anos: 505 casos
  • 60 a 69 anos: 479 casos

Mesmo diante desses números, a Secretaria confirmou que não há previsão de ampliação da vacinação para outras faixas. A inclusão de novos públicos, segundo a pasta, depende de uma normativa do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE).

 

Vacinação segue limitada às salas da rede pública

Ao ser questionada sobre ações para ampliar o alcance da vacinação, como mutirões em escolas ou locais de grande circulação, a Secretaria foi categórica: a vacinação contra a dengue está ocorrendo exclusivamente nas salas de vacina, conforme orientação do Ministério da Saúde. Ou seja, nenhuma ação extra muro está sendo realizada.

A reportagem também apurou que o município não recebeu doses com validade próxima e, portanto, não há impedimento logístico que impeça o uso das vacinas em outras faixas etárias, caso houvesse autorização.

 

Outras ações de combate seguem em andamento

A coordenadora do setor de Controle de Endemias, Luciana Bianco, informou ao Portal RCA1 que a cidade realiza:

  • Arrastões aos sábados, focados na eliminação de criadouros;
  • Bloqueios e nebulizações nos locais com notificações recentes;
  • Visitas a pontos estratégicos e imóveis especiais.

As nebulizações mais recentes ocorreram nos bairros Jardim Rosana, Jardim Cândida, São Pedro, Jardim Miriam, José Ometto, Bela Vista, Geni Mercatelli e Parque Santa Cândida.

Além disso, a Prefeitura afirma que tem investido em campanhas educativas com divulgação em rádios, outdoors, redes sociais, jornais, panfletos, faixas e adesivos. Houve também ações em escolas com palestras e apresentações teatrais, segundo a Secretaria.

A reportagem apurou ainda que a regularização da coleta de lixo e entulho — que vinha sendo alvo de críticas desde o ano passado — também foi apontada como medida de apoio no combate ao mosquito Aedes aegypti.

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