22/02/2025
Política

Defesa de Bolsonaro pede anulação da delação de Mauro Cid e questiona atuação de Alexandre de Moraes

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou que solicitará ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação do acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O advogado Celso Vilardi, representante legal de Bolsonaro, afirmou que a delação apresenta fragilidades e inconsistências, especialmente devido às mudanças nos depoimentos de Cid ao longo das investigações conduzidas pela Polícia Federal. Vilardi destacou que não há provas concretas que corroborem as alegações feitas por Cid e criticou a condução do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, alegando interferência indevida na colaboração de Cid. A defesa pretende formalizar o pedido de anulação dentro do prazo de 15 dias, contados a partir da notificação oficial recebida em 19 de fevereiro de 2025.

Mauro Cid, que atuou como braço direito de Bolsonaro durante seu mandato, firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal em setembro de 2023. Em seus depoimentos, Cid fez diversas acusações contra o ex-presidente, incluindo a suposta participação de Bolsonaro em planos para reverter o resultado das eleições de 2022 e manter-se no poder. No entanto, a defesa de Bolsonaro argumenta que as declarações de Cid são contraditórias e carecem de evidências substanciais.

Além disso, a defesa critica a atuação do ministro Alexandre de Moraes, alegando que ele teria interferido indevidamente na colaboração de Cid, o que comprometeria a validade do acordo de delação. Vilardi questionou a postura do ministro ao marcar uma audiência para, segundo ele, “salvar a delação”, e afirmou que o juiz não pode orientar o colaborador sobre as consequências de não falar a verdade.

A anulação da delação de Mauro Cid, caso aceita pelo STF, poderia impactar significativamente as investigações em curso relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Enquanto isso, Bolsonaro enfrenta outras acusações, incluindo a tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022 e a apropriação indevida de joias recebidas durante seu mandato.

 

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