A nova linha de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada, chamada de Crédito do Trabalhador, já ultrapassou a marca de R$ 50 bilhões em pedidos. Em apenas três dias desde o início da operação, mais de 5,6 milhões de trabalhadores fizeram simulações e solicitaram propostas por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, segundo dados da Dataprev.
O valor médio solicitado por trabalhador é de R$ 8.995, com prazo médio de pagamento de 31 meses. O salário médio dos solicitantes gira em torno de R$ 2.585, e a média de margem consignável utilizada chega a R$ 901, que representa 35% do salário — o limite permitido por lei.
O programa, lançado oficialmente pelo governo federal em 21 de março, oferece empréstimos com desconto em folha de pagamento, voltados para trabalhadores do setor privado com carteira assinada. A principal inovação está no uso do FGTS como garantia: até 10% do saldo do fundo pode ser usado, além de até 100% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa.
Atualmente, a contratação do crédito só pode ser feita pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital. A partir de 25 de abril, bancos e financeiras também poderão disponibilizar a modalidade em seus próprios sistemas.
A expectativa do governo e do setor financeiro é de que a nova linha movimente até R$ 120 bilhões nos próximos quatro anos, alcançando cerca de 19 milhões de trabalhadores. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) destaca que a medida amplia o acesso a crédito com taxas mais baixas e mais segurança tanto para o trabalhador quanto para as instituições financeiras.
Com o alto volume de pedidos logo nos primeiros dias, o programa já sinaliza forte adesão dos trabalhadores formais à nova opção de financiamento, que pode aliviar dívidas ou viabilizar novos projetos em tempos de aperto financeiro.