22/11/2024
Entretenimento

Castelo do cantor José Rico avaliado em R$ 3,2 milhões não recebe interessado em leilão

Não teve interessados o leilão de uma mansão de mais de 100 quartos deixada pelo cantor José Rico, da dupla Milionário & José Rico, que morreu em 3 de março de 2015, aos 68 anos. A tentativa de leiloar o imóvel, avaliado em R$ 3,2 milhões, ocorreu para pagamento de dívidas trabalhistas.

De acordo com a empresa responsável pelo leilão, como não houve interessados, o imóvel vai ficar disponível para venda direta até 12 de setembro, com valor mínimo R$ 1,6 milhão, também sob intermediação da leiloeira.

A mansão, que está localizada em Limeira (SP), ficou conhecida como “Castelo do José Rico”, devido ao seu projeto arquitetônico em referência a esse tipo de construção. Em vida, o músico informou o desejo de fazer do lugar um recanto para a família, além de construir um estúdio nele.

A área total da propriedade é de 4,8 hectares, o equivalente a 48 mil metros quadrados. Segundo a Justiça do Trabalho, a área penhorada representa 21,2% dessa área total. Já o restante são edificações não averbadas, ou seja, ainda não regularizadas.

A ação foi movida na Justiça por um músico que trabalhou com a dupla entre 2009 e 2015. Nos autos, ele relata que trabalhava em 19 shows por mês e, posteriormente, 12 apresentações mensais, e realizava quatro apresentações em TV por ano. O funcionário alega que:

Não teve seu contrato de trabalho registrado em carteira;
não recebia descanso semanal remunerado (DSR), horas extras, adicional noturno e de insalubridade;
acumulava funções;
não recebeu 13º salários, férias e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) depositado;
não pôde se habilitar ao seguro desemprego;
sofreu danos morais.

Em decisão de 1ª instância, foram determinados registro do contrato em carteira e pagamento de descanso semanal remunerado, 13º salários, verbas rescisórias, multa por dispensa sem justa causa, FGTS, horas extras, adicional noturno, diferença de horas de intervalo interjornada e indenização por danos morais.

Em 2ª instância, foi negado que houve acúmulo de funções e dano existencial, pelo tempo que o músico tinha de passar viajando entre uma cidade e outra.

Em decisão de 16 de julho de 2021, o juiz do trabalho Marcelo Luis de Souza Ferreira, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), fixou a condenação em R$ 6,7 milhões. Além da indenização ao trabalhador em si, o valor inclui honorários advocatícios e periciais, custas processuais, juros, imposto de renda e contribuições previdenciárias.

Já em 7 de novembro de 2022, a juíza Paula Cristina Caetano da Silva, da 2ª Vara do Trabalho de Americana, comunicou a penhora do imóvel, que fica na Estrada Municipal LIM-486, no bairro do Jaguari, às margens da Rodovia Anhanguera (SP-330).

Nos detalhes do imóvel apresentados pela empresa responsável pelo leilão é informado que “aparenta estado de abandono, com mato crescente, janelas quebradas e pichações nos muros”, e que se encontra em processo de regularização fundiária junto à Associação do Condomínio Jaguari – Santa Rosa (PML).

O lance mínimo possível no leilão era de R$ 1,6 milhões e o período para envio de propostas foi entre 13 e 19 de junho.

O empresário de Milionário, Ébert Borsato, informou que ele não se manifestará, uma vez que se trata de um bem de José Rico.

‘Ali é meu mundo’
Quando José Rico morreu, fazia 24 anos que tinha iniciado a obra do “castelo”, que não viu ser concluída. “Ali é meu mundo. Estou construindo para mim e para os meus”, afirmou em entrevista ao cantor Michel Teló para o Fantástico, em outubro de 2014.

O parceiro de Milionário desmentiu, na época, que a mansão foi feita porque uma cigana disse que ele jamais poderia parar de construir sua própria casa. “São lendas”, disse.

O sertanejo compôs uma canção chamada “Castelo”, que integra o álbum “De cara com a Saudade”, lançado em 1996, época em que a construção já havia começado. A letra diz:

“Construí um castelo bonito para dar de presente à pessoa amada”. Os versos da música ainda falam que o amor é tudo o que se tem na vida. “Para viver sem ela [a pessoa amada], tudo isso é nada.”

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