A automedicação é responsável por aproximadamente 20 mil mortes por ano no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). Essa prática, considerada um grave problema de saúde pública pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pode causar danos irreversíveis ao organismo e levar à dependência química.
Estudos indicam que cerca de 89% dos brasileiros recorrem à automedicação, muitas vezes influenciados por informações obtidas na internet ou por recomendações de amigos e familiares. Os medicamentos mais utilizados sem prescrição incluem analgésicos, antigripais e relaxantes musculares. O uso indiscriminado desses fármacos pode resultar em intoxicações, reações adversas, interações medicamentosas perigosas e mascaramento de doenças graves.
A neurocientista Emily Pires alerta que o consumo frequente e sem orientação de medicamentos como benzodiazepínicos e opioides pode afetar áreas do cérebro responsáveis por funções como foco, planejamento e tomada de decisões, além de aumentar o risco de dependência.
Para combater os riscos associados à automedicação, é fundamental promover o uso racional de medicamentos, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso inclui a prescrição adequada por profissionais de saúde, o uso correto das doses e a conscientização da população sobre os perigos do uso indiscriminado de remédios.
Em casos de intoxicação medicamentosa, é essencial buscar ajuda imediata. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pode ser acionado pelo telefone 192, e a Anvisa disponibiliza o Disque-Intoxicação pelo número 0800-722-6001, com atendimento gratuito em todo o país.
A automedicação é um problema sério que exige atenção de toda a sociedade. A orientação de profissionais de saúde e a conscientização sobre os riscos são fundamentais para reduzir os danos causados por essa prática.