A Secretaria de Saúde de Limeira (SP) confirmou, nesta segunda-feira (9), uma morte por febre maculosa, doença transmitida pelo carrapato estrela. Esse foi o primeiro óbito pela doença registrado na cidade.
A vítima era um jovem, de 21 anos. Ele chegou a ser levado para atendimento médico, mas não resistiu à doença e morreu no último dia 5 de novembro de 2024. O resultado veio após exame confirmatório realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.
De acordo com a prefeitura, a Divisão de Controle de Zoonoses e a Vigilância Epidemiológica de Limeira entraram em contato com os familiares da vítima para acompanhar o caso, visitar a residência, orientar moradores e vizinhos sobre medidas protetivas. O local é monitorado.
A Gerente de Zoonoses, Pedrina Aparecida Rodrigues Costa, destaca a importância de a população conhecer os sintomas da febre maculosa, como: febre, dor no corpo, dor de cabeça, diarreia, vômito e manchas vermelhas. – Veja mais detalhes sobre a doença e formas de prevenção, abaixo, na reportagem.
“Se a pessoa manifestar alguns desses sintomas, entre dois e 14 dias após visitar uma área de risco, é essencial procurar imediatamente atendimento médico e relatar essa informação”, destacou.
Pedrina ainda acrescenta que o tratamento deve ser iniciado logo nos primeiros dias do surgimento dos sintomas. “Caso contrário, o quadro pode se agravar, ocasionando a morte do paciente”, alertou.
Região
As cidades que compõem o Departamento Regional de Saúde 10 (DRS-10), que tem sede em Piracicaba (SP), somam sete casos de febre maculosa, com três mortes registradas entre janeiro e novembro deste ano. O número é menor que o registrado nos dois últimos anos, se considerado o mesmo intervalo.
Os dados são do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado de São Paulo. Segundo o órgão, a febre maculosa é uma infecção febril de gravidade variável, “com elevada taxa de letalidade”.
“Entre junho e novembro, a infestação ambiental por ninfas de carrapato estrela é alta (o ciclo de vida do carrapato inclui as seguintes fases: ovo – larva – ninfa e adulto)”, completou a Vigilância.
A doença pode demorar até duas semanas para se manifestar após o contato inicial. Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são:
- Febre
- Dor de cabeça intensa
- Náuseas e vômitos
- Diarreia e dor abdominal
- Dor muscular constante
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
- Gangrena nos dedos e orelhas
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória
O ministério ressalta que, além dos sintomas acima, com a evolução da febre maculosa, é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Como ela é contraída?
A febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, segundo o infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas. No entanto, a transmissão também pode ocorrer por meio de outro carrapato, desde que esteja infectado com uma bactéria chamada de Rickettsia Rickettsii e em uma região endêmica de febre maculosa (leia mais abaixo sobre áreas endêmicas).
A doença não é contagiosa, o que significa que ela não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.
Prevenção
Segundo o governo estadual, as pessoas que precisarem permanecer em áreas que possam estar infestadas por carrapatos devem usar calças compridas e botas, observar a própria pele regularmente e retirar o mais rápido possível qualquer carrapato que notar, “sem se esquecer de não esmagá-lo com as unhas”.
O infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas acrescenta que esta pessoa pode passar um elástico na calça para que o carrapato não entre.
“Usar roupa clara porque, se ele começar a subir em você, você identifica rápido. Depois que passou por aquela área, fazer a procura em você. Se tem carrapato, tirar ele logo. Quanto mais rápido tirar, menores são as chances da doença”, completou.
Fonte: G1