O Grupo Casas Bahia anunciou, neste domingo 28, um pedido de recuperação extrajudicial para renegociação de dívidas financeiras, estimadas pela empresa em 4,1 bilhões de reais.
Entre os principais pontos propostos pela Casas Bahia estão o alongamento dos prazos para quitar as dívidas da companhia, em até 72 meses, e uma renegociação dos juros incidentes, com taxas menores do que o CDI, índice comumente usado pelo mercado financeiros para estipular juros bancários.
A proposta ainda estipula um período de carência para o pagamento das obrigações de 24 meses para os valores referentes a juros e de 30 meses para o pagamento dos montantes principais.
Atualmente, as dívidas da empresa têm vencimento em um período de 22 meses, com taxa de juros por atraso estipulada em 1,5 ponto percentual acima do proposto no acordo. Em comunicado, o grupo informou, ainda, que os valores das dívidas não serão alterados, somente as condições de pagamento para os principais credores.
O plano de recuperação prevê também que os credores das Casas Bahia tenham a opção de converter as dívidas em ações da empresa. O plano de renegociação faz parte, segundo o comunicado, de um processo de transformação do grupo, anunciado em agosto de 2023. A reestruturação, desde aquele mês, previa o fechamento de até 100 lojas e a demissão de mais de 6 mil funcionários.
Com as mudanças, a empresa estipula uma redução de quase 1 bilhão de reais em estoques, principalmente para itens que geravam menor lucro. Parte desses produtos passaram a ser vendidos exclusivamente no marketplace.
Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial “tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade”.
Com o plano de alongamento dos prazos de pagamento de dívidas, a Casas Bahia espera recuperar 4,3 bilhões de reais no fluxo de caixa nos próximos 4 anos.
“Novo fluxo de caixa gera maior segurança contra volatilidades do mercado, aumentando ainda mais a confiança na execução do Plano de Transformação”, diz o comunicado da companhia.
Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão ‘focados nas alavancas operacionais, melhorando eficiência e produtividade’.
“Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado”, finaliza a nota.
Fonte: Carta Capital