22/11/2024
Brasil Saúde

Ministério da Saúde incorpora vacina da dengue no SUS

O Ministério da Saúde decidiu incorporar nesta quinta-feira (21) a vacina da dengue Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a ministra Nísia Trindade, a vacinação com o novo imunizante deve começar em fevereiro de 2024.

O registro da Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano.

O imunizante é o primeiro liberado no país para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue.

● De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos;

● É aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações;

● A vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença;

● Ela também poderá ser aplicada em quem já teve a doença.

Portanto, não há distinção entre quem teve ou não a dengue, desde que esteja dentro da faixa etária estipulada pela agência reguladora para aplicação das doses.

Até este ano, a única vacina contra a dengue disponível no Brasil era a Dengvaxia, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. O imunizante é recomendado somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue. Essa vacina protege contra uma possível segunda infecção, que, no caso da dengue, pode se manifestar de forma mais agressiva e levar à morte.

Número de doses e público-alvo

Inicialmente, ainda segundo o Ministério da Saúde, a vacinação naõ será em larga escala: o SUS só oferecerá 6,2 milhões de doses ao longo de 2024.

Como o imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, cerca 3,1 milhões de pessoas poderão ser vacinadas.

O cronograma de entrega proposto pela fabricante para as doses da vacina é o seguinte: 460 mil doses em fevereiro, 470 mil em março, 1.650 milhão em maio e agosto, 431 mil em setembro, e 421 mil em novembro.

Sem dar mais detalhes, a pasta disse que nesse primeiro momento a vacinação será focada em “público e regiões prioritárias”.

Durante o processo de aprovação, o Ministério da Saúde argumentou que o uso no SUS da vacina contra dengue aprovada pela Anvisa teria “impacto orçamentário muito elevado”, cerca de R$ 9 bilhões em cinco anos, considerando as faixas etárias de 4 e 55 anos propostas pela farmacêutica.

Por isso, durante as tratativas, o ministério pediu mais informações ao fabricante sobre o preço proposto por dose, além da capacidade de produção da vacinação. Em resposta a isso, a ministra da Saúde disse que está discutindo uma transferência de tecnologia com a empresa e que “é muito provável” que consiga um resultado positivo.

Fora isso, o Ministério da Saúde disse que conseguiu uma redução de 44% no custo por dose: passando da oferta inicial de R$ 170 para R$ 95.

 

Fonte: Portal G1

X