Continuam nesta terça-feira (17) os depoimentos à Polícia Civil a respeito da morte da fotógrafa Roberta Correa, de 44 anos, que passou mal durante um procedimento estético, em Cosmópolis (SP).
A Polícia Civil ouviu nesta segunda-feira (16) a dona do espaço que a clínica de estética locava. Nesta terça (17), deve ouvir a biomédica que realizava o procedimento na paciente quando ela passou mal, os socorristas que atenderam a fotógrafa e familiares delas.
O que se sabe
Roberta Correa procurou clínica para fazer um endolaser, técnica para remover gordura localizada, mas passou mal e morreu.
Uma prima da vítima disse que, depois da anestesia, Roberta começou a sentir um calafrio, desmaiou e teve uma parada cardíaca.
Ela foi socorrida e levada para a Santa Casa da cidade, onde foi constatado que tinha tido ocorrido uma parada cardíaca. Dias depois, teve morte cerebral.
Roberta era fotógrafa, trabalhava com comunicação e produção musical. Era conhecida na cidade e deixa dois filhos e o marido.
A clínica fica a cerca de 350 metros da Santa Casa de Misericórdia de Cosmópolis e a família diz que a biomédica demorou para pedir o resgate.
O local foi lacrado após constatação de que não tinha autorização para realizar o procedimento estético.
A Polícia Civil instaurou inquérito e o Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1) também apura o caso.
O CRBM1 informou que “não há registro de quaisquer irregularidades contra a profissional Vanuza de Aguilar Takata”, e que ela é biomédica regularmente, mas que vai seguir acompanhando o caso.
Vanuza informou em nota que a paciente passou mal no início da aplicação do anestésico, que teria sido realizada por outra profissional habilitada. E que “o socorro foi prestado imediatamente e as profissionais colocaram-se à disposição para todas as necessidades e averiguações”.
O advogado dela, Douglas Oliveira classificou o caso como uma fatalidade e que a paciente assinou um documento dizendo que não tinha nenhum problema de saúde.
A responsável pelo imóvel onde ocorreu atendimento afirma que aluga ele para profissionais de beleza, incluindo a clínica, e que cada um é responsável por sua prestação de serviço.
O que falta saber
Na tarde desta segunda-feira, o CRBM1 informou que ainda não tinha sido identificada quem é a profissional que realizou a aplicação da anestesia.
Ainda não se sabe qual foi a substância utilizada para anestesiar a paciente e o volume dela que foi aplicado.
Ainda não se sabe qual foi a causa da morte da paciente, que deve ser apontada no resultado do exame necroscópico, que foi realizado no sábado (14).
Ainda não se sabe as constatações feitas pelos socorristas que fizeram o primeiro atendimento e levaram a fotógrafa para a Santa Casa de Cosmópolis. Eles devem ser questionados sobre isso em depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (17).
Também não se sabe quanto tempo passou entre o início do mal estar da paciente e o acionamento do resgate.