Uma semana após o assassinato da dentista Bruna Angleri, de 40 anos, a família de Araras (SP) aguarda as investigações da polícia para identificar e prender o autor. Os parentes também contrataram um advogado para acompanhar o caso.
A vítima foi encontrada carbonizada no quarto da sua casa, em um condomínio de alto padrão. De acordo com a polícia, ela foi violentamente agredida. O ex-namorado dela é o principal suspeito do crime, mas ele nega envolvimento.
Crime em condomínio
O condomínio não tem câmeras de segurança. A casa onde o corpo de Bruna foi encontrado permanece trancada – as chaves estão com a polícia –, mas é possível ver vestígios do crime, como marcas do incêndio do lado de fora da janela do quarto onde a dentista dormia.
“Quando a minha mãe chegou, a porta estava destrancada, ela só encostou e empurrou e a porta abriu, o que a minha irmã não fazia, ela sempre trancava a porta. Minha mãe entrou e ele viu nas laterais da porta do quarto com preto de fogo e ela abriu a porta do quarto, não tinha fogo, só fumaça e fuligem”, contou o irmão da dentista, Bruno Angleri, à EPTV, afiliada da TV Globo, na primeira entrevista da família após o crime.
Ex-namorado é suspeito
O ex-namorado é apontado como o principal suspeito do crime. Segundo a família, em agosto, Bruna foi agredida por ele que, por duas vezes chegou a entrar em sua casa. Em uma das vezes, ele teria quebrado vários objetos por não aceitar o fim do relacionamento, que durou alguns meses, e em outra a teria segurado pelo braço, causando uma lesão.
“Ela fez boletim de ocorrência, fez exame de corpo delito e aí um tempo depois ela procurou de novo para fazer [boletim de ocorrência] porque, segundo ela, ele tinha jogado o carro por cima dela e foi aí que a medida protetiva saiu”, contou a cunhada Samira Angleri.
O ex-namorado se apresentou à polícia com um advogado e, durante interrogatório negou envolvimento no crime, que foi registrado como homicídio. O celular dele foi apreendido para perícia, e ele foi liberado.
O advogado de defesa do ex-namorado, Wagner Morais, disse que o seu cliente compareceu à polícia e prestou depoimento, deixou seu celular e está colaborando com as investigações.
O laudo da Polícia Civil apontou que a dentista foi severamente agredida no rosto e tinha uma costela fraturada. No dia do velório, foi pedido o retorno do corpo ao Instituto Médico Legal de Limeira para um novo exame, para saber se ela morreu mesmo por asfixia ou por causa da fumaça do incêndio.
As investigações estão sobre segredo de Justiça, mas o advogado da família, Daniel Saviato, disse que o último registro de Bruna, foi quando ela passou pela portaria do condomínio, por volta das 22h da véspera do dia do crime e estacionou o carro na garagem de casa. Ela estaria chorando.
O advogado tem buscado provas para ajudar a acusação. “Faltam provas periciais e outras que precisam autorização da Justiça para serem coletadas. Demora um certo tempo para produzir as provas necessárias”, afirmou.
Caso chocou a cidade
Bruna era coordenadora da pós-graduação de odontologia da faculdade São Leopoldo Mandic. Ela era divorciada e, segundo seu irmão, na semana do crime, estava preparando a festa de 7 anos de seu único filho.
O caso chocou os moradores de Araras. No domingo (1º), amigos organizaram uma caminhada da praça central de Araras até a Delegacia de Defesa da Mulher, pedindo que o caso seja investigado e o assassino preso.
Por Joice Starcke, EPTV2