Araras foi contemplada com o selo de Cidade Antirracista, uma iniciativa do Ministério Público e da Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania. O objetivo do Projeto Cidades Antirracistas é estimular as prefeituras a implementarem políticas públicas de prevenção e combate a todo tipo de racismo.
Para receber o selo, a cidade deve ter conselho municipal da comunidade negra ativo, coordenadoria na administração municipal e um Plano Municipal de Igualdade Racial.
Segundo Luan Assis de Gouveia, da Coordenadoria da Igualdade Racial de Araras, ligada à Secretaria de Governo, 30% do plano municipal foi implantado na cidade em um ano. “Estamos entre as 50 cidades do Estado que vão receber a certificação e somos a única da Região Metropolitana de Piracicaba”, disse. “Mais que ser antirracista, é preciso trabalhar a cultura e a educação”.
O trabalho vem de muito tempo, como relembra Detty Fontana, que fez parte da Coordenadoria. “Nós realizamos as conferências municipais, fizemos o chamamento para a formação do conselho, então foi um trabalho de várias pessoas que está dando ótimos resultados”, disse.
Entre as ações realizadas no município estão à criação da comissão de religiões de matriz africana, o projeto de lei para instituir novembro como o mês do empreendedorismo afro, a aplicação da lei 10.639 dentro das escolas e a realização do 1° Fórum Municipal de Educação e Cultura Afro-brasileira, nos próximos dias 21 e 22.
Próximos passos
Um dos próximos passos é a criação de um projeto para integração da saúde da população negra e indígena ararense que servirá como modelo para as outras 24 cidades da Região Metropolitana.
Já existe também a iniciativa para a implantação na cidade do programa SOS Racismo, um serviço já instalado em funcionamento na Assembleia Legislativa de São Paulo, que tem um Disque Denúncia contra o preconceito, a discriminação e a intolerância racial e cultural. O SOS Racismo funcionaria dentro da Câmara Municipal da cidade. “Precisamos começar a dialogar, é trabalho de gestão, cultura, educação e conscientização”, finaliza Luan.