A comunidade LGBTQIA+ fez neste domingo (11) um protesto em frente ao Bar Popeye, em Ipanema, em apoio a um casal que afirma ter sido vítima de homofobia. Dezenas de pessoas fizeram um “beijato” na porta do estabelecimento, e um cartaz com informações sobre como denunciar casos de preconceito foi colado na parede do bar.
O advogado Rafael Monteagudo e o designer Fernando Pimentel relataram à polícia que, na última quarta-feira (7), foram impedidos de comprar bebidas no balcão.
“Procurei o dono, Milton Caruso, e ele me disse que não iria nos atender, que era ordem dele, e que ele não queria gay sendo atendido naquele dia”, narrou Fernando.
“Nós, homossexuais, somos reprimidos de nascimento, de vida, de tudo. Então, a gente tem a tendência de querer deixar por isso mesmo, porque isso é algo que acontece no nosso dia a dia, mas a gente tem que dar um basta nisso”, emendou.
Rafael disse que o “beijato” foi pensado “para mostrar que nenhuma espécie de preconceito é tolerável”.
“Esse tipo de coisa não pode mais acontecer. Ainda bem que no nosso caso nós tivemos uma visibilidade que muitos outros casos não têm”, afirmou.
Os pais estiveram no ato.
“Sou um homem de 78 anos, e dói profundamente ver que o Brasil não progrediu. Será que o nosso Brasil vai ser sempre assim? Torcendo para que as pessoas se conscientizem de que todos somos iguais”, disse Carlos Monteagudo.
“Jamais pensei que isso pudesse acontecer em pleno século 21, é muito triste, é revoltante. Espero que de agora em diante, por menor que seja, que influencie a sociedade a mudar”, emendou Elizabeth Pimentel.
Depois da situação, o casal registrou queixa na polícia, e disse que vai entrar com processo criminal contra Milton, além de processar também o bar.
O que diz o estabelecimento
Milton Caruso, sócio do Bar Popeye, negou a acusação do casal. Disse que o bar ficou lotado no feriado de 7 de setembro e que ele proibiu o atendimento a qualquer pessoa no balcão, onde estava o casal. Segundo ele, apenas as mesas estavam sendo servidas.
O outro sócio do estabelecimento, Antônio de Pádua, prestou solidariedade ao casal e pediu desculpa em nome dele e de Milton Caruso.
A Polícia Civil já deu início às investigações.