22/11/2024
Polícia

Mulher mata amigo e movimenta cerca de R$ 1 milhão de bens dele

Foi presa em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, pela Polícia Civil, na última segunda-feira (29), uma mulher trans suspeita de ter matado o amigo, assumido a identidade dele e movimentado cerca de R$ 1 milhão do patrimônio da vítima.

De acordo com as investigações, Maryana Elisa Rimes Paulo, de 49 anos, matou o amigo Marcelo do Lago Limeira, para assumir a identidade dele ficar com seus bens.

A suspeita passou mais de um ano usando a identidade do amigo e movimentando cerca de um R$ 1 milhão do patrimônio dele.

A mulher, que é cantora e maquiadora, teria conhecido Marcelo em festas. O rapaz vivia sozinho e tinha começado o processo para fazer a transição de gênero, porque também queria ser reconhecido como mulher.

A vítima tinha alguns imóveis alugados em seu nome e também recebia ajuda financeira de uma tia.

Em meados de maio de 2021, Marcelo fez a primeira cirurgia no rosto e, depois do procedimento, a vítima foi vista entrando em casa pela última vez. Ele estava com o rosto coberto porque tinha feito uma plástica.

Após o procedimento, Maryana passou a morar na casa, como se estivesse cuidando dele. No entanto, a polícia descobriu que Maryana matou o amigo dentro da casa com doses excessivas de remédios e colocou em prática o plano de assumir a identidade e os bens dele.

Para dar fim ao corpo de Marcelo, a mulher chamou o amigo Ronaldo Bertolini para ajudar nesse processo. Os dois alugaram uma chácara em Campo Limpo Paulista, no interior de São Paulo, e queimaram o corpo de Marcelo.

Em seguida, eles tentaram enterrar os ossos. Mas, abandonaram o corpo na Estrada Edgar Máximo Zambotto, que liga a Grande São Paulo ao município de Jundiaí.

Depois disso, de volta ao ABC, Maryana assumiu o lugar de Marcelo, enganando funcionários do cartório.

Ainda de acordo com as investigações, Maryana passou a receber o dinheiro dos aluguéis das casas de Marcelo, a mesada que a tia dava a ele todo mês. Ela alugou a casa onde Marcelo morava e vendeu o carro dele com uma procuração falsa.

O caso só foi descoberto em abril deste ano, quando Maryana tentou movimentar dinheiro da vítima e apresentou a mesma procuração no banco. A gerente, que conhecia Marcelo, suspeitou de algo errado e avisou a polícia.

Maryana e Ronaldo, segundo a PC, movimentaram cerca de R$ 1 milhão da vítima.

O delegado do caso, Cristiano Sacrini, informou que além do dinheiro de Marcelo, Maryana, também estava enciumada e não gostou de saber que a vítima queria também se transformar em mulher e ficaria mais bonita do que ela.

“A Mariana se ressentia muito porque acreditava que, após a cirurgia de transição de gênero, o Marcelo ficaria uma mulher mais atraente, mais bonita que ela própria”, declarou o delegado.

A defesa de Maryana disse que o inquérito ainda está na fase da investigação e que qualquer informação nesse momento pode atrapalhar o trabalho da polícia.

Ele também afirmou que, após concluídos todos os atos legais, a defesa vai se manifestar de forma mais completa.

Ronaldo Bertolini, o amigo de Mariana, é procurado pela polícia. Os dois devem responder a processo por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos.

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