O cantor Hudson, da dupla Edson e Hudson, denunciou suposto abuso de poder durante uma tentativa de penhora judicial de bens em sua casa, em Limeira (SP), no interior de São Paulo. Segundo ele, a ação foi realizada por um “batalhão policial”, houve ameaça a um funcionário da portaria e um dos PMs chegou a tirar sua arma da cintura.
A ação foi realizada em cumprimento a uma ordem judicial em processo movido por um ex-empresário contra a dupla, que cobra uma dívida de R$ 9 milhões. Na decisão, o juiz Guilher Silveira Teixeira determina apreensão de um motor home Mercedes Benz para penhora e que, no imóvel do artista, ocorresse uma tentativa de penhora de outros bens “de elevado valor ou aqueles que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida”.
Para a ação, o magistrado autorizou arrombamento, inclusive de cofres, caso fosse “estritamente necessário”, o que deveria ser “pormenorizadamente certificado pelo Sr. Oficial [de Justiça]”.
O oficial e a equipe policial chegou no condomínio para cumprimento da ordem judicial às 10h do último dia 27 de maio. Segundo representação da defesa de Hudson à Justiça.
“A penhora se transformou em uma operação policial, verdadeiros atos de terrorismo em seu nome Excelência, inclusive com ameaças feitas aos colaboradores da portaria que apenas realizavam seus serviços diários”, relatam os defensores no documento.
Os advogados apontam que, ao chegarem no condomínio, os policiais “ameaçaram a portaria”, alegando que não comunicassem a presença das viaturas e que não fizessem imagens da equipe, e que um PM teria retirado a arma da cintura e mostrado a um porteiro quando viu que ele tinha interfonado para a casa de Hudson.
A representação ainda aponta que, no local, “filmaram, gravaram toda a propriedade, abriram gavetas e ligaram computadores, fuçaram e desorganizaram locais íntimos da família”. E que estavam na casa apenas as crianças, o filho mais velho do casal, um amigo e um jardineiro.
“O que vimos foi um grande abuso de autoridade, pois o agente público, infelizmente, desviou-se da finalidade almejada e cometeu muitos abusos em seus atos, sendo conivente com a situação, distanciando-se da legalidade, da impessoalidade, da eficiência e inclusive não zelando pelo bom andamento processual”, afirmam os advogados Viviane de Luzia e William Fernando de Proença Godoy.
Ele pedem oficialmente no documento que o caso seja apurado. O pedido ainda não foi analisado pela Justiça.
Questionada pelo g1, a assessoria de imprensa do cantor informou que ele vai se manifestar “no momento oportuno”. A reportagem também pediu um posicionamento à assessoria de imprensa da Polícia Militar sobre as queixas do cantor em relação à ação, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.