Foi decretado segredo de Justiça para as investigações do assassinato da dentista Bruna Viviane Angleri, de 40 anos, que foi morta no dia 27 de setembro, no condomínio Portal das Laranjeiras, em Araras.
Bruna foi brutalmente assassinada. Antes de morrer foi agredida, foi alvejada com um tiro no rosto, teve costela fraturada e o corpo parcialmente carbonizado.
O segredo de justiça foi decretado pela Vara Criminal da Comarca de Araras, o que impossibilita o delegado responsável pelas investigações, Dr. Tabajara Zuliani dos Santos, a divulgar informações sobre o caso. “Devo informá-lo que foi decretado segredo de justiça no inquérito policial, por ordem do juiz criminal local, de forma que estou impedido de falar sobre os fatos”, disse o delegado Dr. Tabajara com exclusividade ao repórter policial Corujão da Rádio Clube Ararense 101,7 e Portal RCA1.
A decisão é importante em função da complexidade do caso, da dificuldade de apurar evidências e motivações para o crime.
Ex-namorado é o principal suspeito
O principal suspeito pela morte de Bruna, é um cantor sertanejo de Araras, seu ex-namorado. Ele prestou depoimento à polícia acompanhado de um advogado e garantiu ser inocente.
A Polícia Civil de Araras está de posse de uma câmera de segurança, que captou imagens de Bruna em um bar, quando foi encontrar familiares e amigos. O estabelecimento era de um familiar da vítima. Segundo relatos, Bruna contou que estava muito preocupada, porque tinha perdido o controle da garagem do condomínio.
As imagens mostram que enquanto ela estava ali, o ex-namorado passou cerca de quatro vezes em frente ao estabelecimento. O carro de Bruna estava em um local em que as câmeras não conseguiram captar imagens. Não se sabe ao certo em que momento ela foi embora, ou o que aconteceu com a vítima após a saída do bar. Porém, a câmera de reconhecimento facial, do condomínio de luxo em que vivia, a flagrou chorando.
O relacionamento dos dois durou cerca de sete meses, mas já estavam separados há pouco mais de um mês. O cantor já havia invadido sua residência, quebrado seus pertences durante discussões e a agredido.
O suspeito possui vários boletins de ocorrência por pelo menos quatro mulheres que já o denunciaram por agressão. Uma ex-mulher, mãe de um filho de 4 anos do rapaz, tem medida protetiva contra ele, assim como Bruna. De acordo com relatos, a mulher alertou Bruna sobre o histórico do cantor, porém ela optou por acreditar no então namorado.
A perícia apontou que Bruna já estava morta quando foi carbonizada. Também realizaram uma tomografia que constatou que ela levou um tiro de arma de fogo no rosto. O ex-namorado se negou a fazer o exame para descobrir se tinha pólvora embaixo da unha.
Manifestação
Na manhã de domingo (1º) dezenas de pessoas foram para as ruas de Araras pedirem respostas às autoridades pelo assassinato da dentista. “A passeata foi organizada pelos amigos dela. A Bruna era uma pessoa muito querida, muito amada por todo mundo, ela era uma menina que não tinha maldade nenhuma, ela era muito ingênua, então a gente espera que a Justiça seja feita!”, disse a cunhada de Bruna, Samira Angleri.
Ao lado dos pais da dentista, que estavam muito abalados, os manifestantes se concentraram em frente a basílica Nossa Senhora do Patrocínio, no Centro, e caminharam até a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Durante o percurso, eles pediram por justiça, bateram palmas e cantaram músicas que a dentista gostava.
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