A família Padula de Rio Claro (SP) acordou de luto na terça-feira (8) com a morte de Rita Lee, a artista “ovelha negra da família”.
A mãe da cantora, Romilda Padula Jones, era a caçula do patriarca dessa família de italianos radicada em Rio Claro, cidade onde Rita passou muitas férias durante a infância e início da adolescência.
“Íamos ao cinema, ao jardim, à piscina. Era sempre muito feliz esse período, a criançada se divertia junto. Às vezes íamos à missa. Não lembro da Rita na missa, mas no cinema sempre, tudo para nós era cinema. Eu acho que ‘o escurinho do cinema’, o “Flagra” veio daqui porque o cinema era do meu avô”, contou Lígia Maria Padula, prima em segundo grau de Rita Lee.
O avô citado por Lígia era Antonio Padula Neto, o Nico, irmão mais velho da mãe de Rita, que era conhecida como Chesa, caçula da família de dez irmãos.
“Tudo para nós era cinema, principalmente na pequena Rio Claro, onde o irmão mais velho de Chesa, tio Nico, além de comandar a alfaiataria Padula, também era dono dos cines Excelsior e Tabajara. Isso significava que as meninas da Chesa podiam assistir a todas as sessões e ainda encher a cara de drops de anis, tudo grátis!”, escreveu a cantora na sua autobiografia.
O livro, publicado em 2016, tem ainda outras 12 referências a Rio Claro, mostrando a relação de proximidade e carinho de Rita com a cidade, como quando ela fala da liberdade que tinha na cidade do interior.
“Férias em Rio Claro eram sempre emocionantes. Os italianos eram liberais e bem-humorados e nos deixavam aprontar, tipo mergulhar na fonte da Diana Caçadora no jardim central da cidade, convocar as crianças vizinhas para torneios de peteca em frente ao número 456 da avenida 2, onde ficava o casarão dos Padula, montar barraquinhas na rua para vender as guloseimas do Tinô ou desamarrar os cavalinhos que puxavam as charretes. Assim que as três filhas de Chesa desembarcavam do trem, os nativos saudavam: “Xiii… Chegaram as terríveis!”
Lembranças queridas
Lígia lembra da alegria da prima, uma menina magrinha, um pouco mais velha que ela, muito feliz e decidida.
“Ainda criança já era muito forte, irreverente e aquilo que ela achava que tinha que ser, tinha que ser daquela maneira”, lembra.
Recentemente, as primas já não tinham muito contato, mas Lígia guarda com carinho de seus momentos juntas na infância e com orgulho a trajetória da cantora.
“Era a ovelha negra da família, andava com as próprias pernas e foi embora. Acho que esse dom da Rita veio da mãe, que tocava piano muito bem e cantava muito bem. É uma roqueira brasileira, que tinha letra e um encanto na voz, uma estrela que subiu”, diz emocionada.
A irreverência é a primeira lembrança que Fernanda Padula Tricta, a filha de Lígia, tem de Rita Lee.
“Eu devia ter seis, sete anos e a Rita veio a Rio Claro no apartamento da minha avó e trouxe o Beto, filho dela. Para fazer amizade comigo, que eu estava meio tímida, ela se jogou no chão começou a se estrebuchar, parecendo que estava morrendo e o Beto subia em cima dela, batia, falava: ‘mãe acorda!’”, contou.
Fernanda só se deu conta da grandeza de Rita Lee na adolescência quando foi a um show realizado em Rio Claro. A partir daí passou a acompanhar a cantora em todo show que ela realizava no estado.
Hoje, fala com orgulho da importância da prima de terceiro grau para a música e para a liberdade das mulheres.
“Era uma mulher empoderada antes de se falar em empoderamento. Era uma mulher que não media esforços para fazer o que queria e o que sabia que dava conta. A Rita fazia rock and roll com propriedade muito antes de se permitir que mulheres fizessem qualquer coisa. Muito mais que o legado musical – que é inestimável -, é o que ela representou pelas mulheres e para as mulheres, esse é o que a Rita Lee vai levar para sempre e vai perpetuar para inúmeras gerações”, afirmou.
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