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O preço dos ovos de galinha registrou um forte aumento de 19,44% em março em comparação a fevereiro, segundo a prévia da inflação (IPCA-15) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, a alta já chega a 25,88%, chamando atenção de consumidores e especialistas.

A disparada nos preços é atribuída a três principais fatores: o aumento do custo do milho (principal componente da ração das aves), as altas temperaturas que afetaram a produção nas granjas e a maior demanda durante a Quaresma — período de 40 dias que antecede a Páscoa e em que muitas pessoas reduzem o consumo de carne vermelha, optando por ovos como alternativa.

Além do milho, outros insumos usados na avicultura também encareceram, pressionando os custos de produção. O calor extremo que atinge várias regiões do país reduz o bem-estar das galinhas e compromete sua produtividade, diminuindo a oferta de ovos no mercado.

A demanda, por sua vez, está em alta. Na Quaresma, a procura por ovos aumenta significativamente, e isso agrava ainda mais o desequilíbrio entre oferta e procura, empurrando os preços para cima.

Segundo dados regionais, as capitais com as maiores altas no preço dos ovos foram Salvador (26,87%), Distrito Federal (24,09%), Recife (23,76%), Porto Alegre (22,87%) e Curitiba (22,80%). A tendência é nacional, ainda que com variações de intensidade.

Especialistas do setor, como os da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), acreditam que a alta é sazonal e deve começar a desacelerar após a Páscoa. Ainda assim, o cenário permanece incerto, já que os custos de produção seguem elevados e o clima continua sendo um fator imprevisível.

Enquanto isso, o consumidor sente no bolso a valorização de um dos alimentos mais populares e acessíveis do país, e precisa redobrar a atenção na hora de fazer as compras. Para muitos, o ovo — antes alternativa mais econômica à carne — começa a pesar mais na despesa mensal.