As principais vias expressas do Rio fecharam na manhã desta segunda-feira (26) por causa de um confronto entre policiais e traficantes no Complexo da Maré, na Zona Norte, durante uma operação para conter uma tentativa de invasão.
Desde as primeiras horas da manhã, moradores relatavam intensos tiroteios em diferentes pontos da comunidade, impedindo muitos de sair para trabalhar. Ao menos 35 escolas, 4 postos de saúde e a Cidade Universitária da UFRJ não abriram.
Até a última atualização desta reportagem, segundo a PM, três criminosos tinham sido mortos em confronto, e dois fuzis foram apreendidos.
Operação de emergência
Segundo o governo do estado, foi uma operação de emergência depois que órgãos de inteligência identificaram uma tentativa de invasão a uma outra comunidade na Maré, dominada por uma facção rival.
O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), as forças de elite da PM e da Polícia Civil do RJ, mobilizaram 180 homens, blindados e helicópteros.
Impactos no trânsito
O Complexo da Maré é delimitado pela Avenida Brasil e pela Linha Vermelha. A Linha Amarela liga essas duas vias expressas, passando pelo meio da comunidade.
As vias expressas abriram e fecharam diversas vezes ao longo da manhã:
Antes das 6h, motoristas afirmaram que criminosos atravessaram um ônibus na Linha Amarela e viram muitos carros na contramão;
Às 7h, a PM fechou, por segurança, a Linha Vermelha, enquanto policiais corriam pela pista trocando tiros com traficantes. Motoristas e passageiros tentavam de se proteger de balas perdidas atrás das muretas;
Às 7h15, moradores atearam fogo a objetos para tentar fechar a Avenida Brasil;
Às 8h10, todas as vias estavam sem restrições.
Moradores relatam pânico
“O tiroteio começou por volta das 3h30, perto do Batalhão da Maré, quando eu estava voltando do aeroporto para pegar a Linha Amarela. Foram muitos tiros trocados”, narrou um.
“Aqui na Maré está muito tenso, não consigo sair de casa desde as 5h20”, disse um morador.
“Sou moradora da Maré e preciso sair para trabalhar”, contou outra.
“Sou professora na Maré. Vocês não sabem o que é a tensão, porque para lá fora estar assim, lá dentro a gente já está nos corredores há muito tempo”, relatou uma.
“Tiros de alto calibre na Maré desde as 4h. Barulho de carros em alta velocidade na direção da Mangueira, bem tenso”, contou outro.
Há relatos ainda de que a polícia chegou atirando num baile pagofunk na Vila dos Pinheiros. Na correria, frequentadores teriam se machucado.
Em outro vídeo, meninas se encolhem num canto enquanto policiais correm atirando.
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