Cinco pessoas foram presas em mais uma fase da Operação Resina, na manhã desta quarta-feira (3), contra integrantes de uma organização criminosa especializada em furto de cargas de caminhões. Entre os presos, está o ex-policial Edson dos Santos Filho, pai do vereador carioca Willian Carvalho dos Santos, o Willian Coelho (DC). Edson tinha mandado de busca e apreensão, mas acabou sendo pego em flagrante por estar com uma arma sem registro. Willian também foi alvo de buscas.
Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) e da Polícia Civil do RJ saíram para cumprir sete mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários, proprietários de caminhões, motoristas e intermediários. Willian Coelho também atuava como secretário municipal de Ciência e Tecnologia da do Rio, mas se afastou para cuidar da campanha da mulher. A operação cumpre os mandados na capital, em Duque de Caxias, Piraí, Mesquita e Nova Iguaçu, além das cidades paulistas de Piracicaba, Ribeirão Pires, Guarulhos e São Paulo. Em um dos endereços em SP, agentes apreenderam R$ 15 mil em espécie e R$ 300 mil em cheques.
Conversas revelaram mais crimes
Um aparelho celular apreendido durante a segunda fase da Operação Resina com um dos suspeitos revelou a existência de mais atividades criminosas. Conversas telefônicas entre o dono do celular e Edson demonstrariam a existência de pagamentos de despesas e aluguéis referentes a caminhões e retroescavadeiras utilizadas em obras públicas. De acordo com as investigações, os criminosos furtavam caminhões e se organizavam para distribuir a carga. Segundo a polícia, mais de R$ 1,16 milhão em materiais como aço, resina, telas de aço e tubos de dragagem de ferro foi furtado pelos criminosos.
Como era o esquema
De acordo com o MPRJ, integrantes do grupo criminoso, composto por 21 pessoas denunciadas, associavam-se a funcionários de transportadoras, em geral motoristas de caminhões. Como têm a confiança dos empregadores, recebiam as mercadorias a transportar, mas entregavam a carga aos demais integrantes do grupo. Após os furtos, eram confeccionados falsos registros de ocorrência em delegacias distantes do local do suposto roubo e, para a confecção de alguns desses falsos registros, houve a participação de dois policiais civis do Estado de São Paulo, que tiveram seu afastamento determinado pela Justiça. Os dois foram denunciados por corrupção passiva.
Do total de 21 denunciados, sete tiveram a prisão preventiva decretada, sendo quatro empresários, que agiam como intermediários e, por vezes, receptadores, pois disponibilizavam local para o armazenamento das cargas furtadas até o seu destino, seja repassando para um receptador final, seja vendendo para um comerciante de boa-fé. Outros três alvos dos mandados de prisão eram proprietários de caminhões, que utilizavam os veículos para subtrair as cargas. Eles também eram responsáveis pelo recrutamento de motoristas para o esquema criminoso e pelo contato com os intermediários dos receptadores.
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