O ex-ministro da Justiça e senador eleito pelo Paraná, Sergio Moro (União Brasil) fez uma aparição na propaganda eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) exibida nesta sexta-feira (21) citando a corrupção nos governos petistas, em mais um passo de reaproximação ao candidato à reeleição.
O ex-juiz, que saiu do governo em 2020 acusando o atual mandatário de interferir na Polícia Federal se aliou novamente ao presidente durante a campanha eleitoral.
“Eu quero poder chegar na minha casa, e olhar nos olhos do meu filho, e dizer para ele que roubar é errado. Nós não podemos permitir que o PT, com todos esses escândalos de corrupção, retorne ao poder”, diz o senador eleito na propaganda de Bolsonaro.
“Por isso, pense muito bem em quem você vai votar, que tipo de lição, que tipo de país você quer deixar para os seus filhos”, conclui.
Quando ainda tentava ser candidato a presidente, no início de 2022, Moro chamou Bolsonaro de “covarde” e disse que o presidente atrapalhou o combate à corrupção.
“O presidente tem lá investigação da família dele, rachadinha, ele tem medo também que a investigação chegue nele”, afirmou o ex-juiz, em janeiro de 2022.
“E aí ele chegou a partir de determinado momento do mandato dele e começou: ‘olha, tem que enfraquecer o combate à corrupção’”, completou.
Ao deixar o governo em 2020, Moro disse que Bolsonaro queria aparelhar a Polícia Federal para proteger a família de investigações.
Em um vídeo com ministros divulgado posteriormente, o presidente classificou como uma “vergonha” não ter acesso a informações de órgãos de inteligência.
Apesar disso, o ex-juiz afirmou, dois dias após o primeiro turno e já eleito senador, que Lula não é uma opção eleitoral para o país e declarou apoio ao incumbente no segundo turno.
O senador eleito pelo Paraná afirmou a aliados ver pouco espaço para furar a polarização e, por isso, retomou a aliança com Bolsonaro.
Moro quer reforçar sua imagem como um símbolo do antipetismo no país e voltar a andar ao lado do bolsonarismo, de onde vem a maioria do seu apoio político.
Nessa esteira, ele participou da comitiva do presidente no debate, o primeiro embate direto entre Lula e o atual mandatário.
Moro ajudou com dados e estratégia argumentativa sobre corrupção, quando o petista precisou se explicar por mais tempo e não conseguiu administrar o banco de minutos.
No final do evento, Bolsonaro afirmou que seu antigo ministro da Justiça “foi dez”.
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